Παρασκευή 17 Ιουνίου 2016

Car je est un autre: Fernando Pessoa

Fernando Antonio Nogueira Pessoa, 13.06.1888, Lisboa-30.11.1935, Lisboa
Rua dos Fanqueiros-Abel Pereira da Fonseca
«O Poeta enviou a Ophelia Queirós esta fotografia com a seguinte dedicatória: ‘Fernando Pessoa em flagrante delitro’»
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«The Poet sent Ophelia Queirós this photograph with a humorous pun, in Portuguese, on the phrase: ‘Fernando Pessoa caught red-handed’»


ASCENSÃO DE VASCO DA GAMA

Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra
Suspendem de repente o ódio da sua guerra
E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus
Surge um silêncio, e vai, da névoa ondeando os véus,
Primeiro um movimento e depois um assombro.
Ledeiam-no, ao durar, os medos, ombro a ombro,
E ao longe o rastro ruge em nuvens e clarões.

Em baixo, onde a terra é, o pastor gela, e a flauta
Cai-lhe, e em êxtase vê, à luz de mil trovões,
O céu abrir o abismo à alma do Argonauta.

Fernando Pessoa (1888-1935), «Mensagem», 21.a Edição, Com duas notas de David Mourão-Ferreira, Editorial Nova Ática, Lisboa, Portugal, Agosto 2006, p. 71.

!*!

ASCENSION OF VASCO DA GAMA

The Gods of the storm and the giants of Earth
Halt the rage of their war and gape.
In the valley leading up to the skies
A silence falls; then there’s a stirring
And a specter rising in veils of mist.
Fears flank it while it lingers; its vestige
Rumbles in distant clouds and flashes.

On the earth below, the shepherd freezes
And his flute falls as in rapture he sees,
By the light of a thousand thunderbolts,
The sky’s vault open to the Argonaut’s soul.

Fernando Pessoa (1888-1935), «Message», translated by Richard Zenith & illustrated by Pedro Sousa Pereira, 1.a Edição, Oficina do Livro-Sociedade Editorial Lda., Cruz Quebrada, Portugal, 2008, p. 97.   

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